quinta-feira, 11 de junho de 2009

Seguir..





Quis a vida que nos apercebêssemos da dependência mútua que temos quando já não podíamos, quando tanto está agora em jogo, quando agora tudo o que precisamos é partir.
Porquê só agora?
Será que é porque sabemos que agora é quase impossível?


Dizes que para onde vais carregas o brilho dos meus olhos, nenhuma outra observação faz tanto sentido como essa que preferiste.
Mas está na hora de mo devolveres, porque eu preciso dele para seguir novamente, sem ele os meus joelhos sangram de tantas quedas que dou, pois esse brilho faz-me falta para enxergar o caminho que preciso de seguir.
Devolve-me esse brilho que subtilmente me roubaste e teimas em dizer que é teu, sem ele confundo as lágrimas com suor e troco o querer pelo esquecer.
Quero de uma vez por todas mandar embora toda esta escuridão em que o meu peito está envolvido e expulsar esta amargura que é movida pela saudade.
Prometi-te que avançaria, mas não consigo se continuo a ter-te por perto, não consigo se teimas em não partires de vez e jamais conseguirei se continuares dessa forma doce a apregoares ao meu ouvido que me amas.
Não posso continuar a olhar para ti enquanto dormes pois o masoquismo não é uma forma de expressão que aprecie.
Como posso partir se acordo com o teu sorriso apertado contra os meus braços, se fazes questão de me oferecer a melhor droga de todas que são os teus lábios.
Como queres que te deixe partir se apenas vivo literalmente a minha vida quando percorro o teu corpo repetidamente.
Ontem, frente ao espelho tentei obter algumas respostas, normalmente ele emite um reflexo fiel da realidade, mas em vão. Ontem apenas me consegui lembrar que estamos em Junho época de calor, mas que alguém se lembrou de nos oferecer uma noite chuvosa e fria de modo a termos desculpa pela forma como ficámos colados noite dentro.
Sei perfeitamente porque choras em vez se sorrires, é exactamente pelo mesmo motivo que eu continuo a sorrir quando deveria chorar.
O tempo leva-nos a pensar que já dissemos tudo um ao outro, mas o facto é que sempre que nos encontramos parece que nada foi dito, que há sempre mais alguma coisa a acrescentar.
E com tudo isto, ainda falamos em liberdade, como poderemos ser livres desta forma?
Como é que podemos seguir sós se sistematicamente nos carregamos mutuamente?
Como podemos seguir se teimas em ser única em atitudes e palavras?
Como posso partir se fazes questão em me amarrar á tua vida desta forma?
Porque é que faço estas perguntas tolas se eu faço questão de agir exactamente de forma igual?
Acredita que só os factores complexos que rodeiam a nossa relação é que me impedem que eu de uma forma abrupta expluda e grite irracionalmente que és uma mulher maravilhosa.
Que é contigo que quero ficar!
Infelizmente e porque racionalmente tem de ser assim, a única coisa que desejo é seguir, porque só assim faz sentido.
E não vale a pena ficarmos agarrados aos “ses” (se tivesse sido de outra forma, se tivesse sido noutra altura etc.).
Será que conseguiremos seguir?

Superado apenas pelo cansaço





Nem sempre se ganha, quase sempre ser perde,
Solto um bocejo profundo em sinal do meu enorme cansaço.
Estou cansado e praticamente derrotado
Não te quero mais, vou simplesmente dormir…



Ao fundo vejo-te em minha direcção num voo picado e determinado.
Abro os braços para te receber, para te abraçar. Mas quando chegas junto a mim simplesmente passas ao lado e afastas-te para longe.
Para longe do meu coração, para parte incerta e afastada do meu peito.
Para perto dos meus olhos, para junto do meu adeus.
Simplesmente passaste, mesmo sem antes teres ficado por um minuto que fosse.
Sem que nunca antes me tivesses deixado dizer o que eu merecia ter dito, o que devias ouvir.
Passaste, sem por uma vez que fosse me deixasses ser eu.
Mesmo assim este “nada” teve significância, mais ainda de que muitos “tudos” que tive ao longo da vida.
Agora, e sem volta a dar, quero abrir os braços e deixar-me cair em paz, envolver-me e lembrar-me do que esta queda livre significa.
Longe será o destino, mas previsível também.
Vou tentar uma nova sensação, a de voltar costas e desistir, fugir e fingir que nada disto aconteceu.
Já não quero ficar aqui!
Já não te quero!
Preciso de luz, preciso de brilho, preciso urgentemente de respirar!
Preciso de muito mais…o que tenho não é suficiente.
Fechaste a porta e pediste-me para aguardar, mas eu não tenho tempo.
Não insistirei mais, afinal a razão do sucedido é resultante do exagero de ambição da minha parte.
Este sentimento já não me fere, já faz parte de mim, já me faz falta.
Cansei-me de avançar contra este vento forte, de furar tempestades. Vou parar para descansar um pouco e tentar arranjar um porto de abrigo.
Preciso de gritar até ficar afónico, de gastar a pouca energia que me resta e deixar-me adormecer.
Desta vez não quero sonhar, nem acordar a meio da noite contigo no subconsciente.
Quero apenas voltar a ver-o-mar, a cheirar as flores que outrora murcharam.
Ainda me lembro como era fácil correr atrás do que queria sem me cansar, contrastando com o difícil que é andar lentamente a lutar pelo que nunca será possível.
Guardarei as asas que me deste, aquelas que me proporcionaram a sensação única de ser livre, de poder voar de olhos fechado e da sensação única que é sentirmo-nos vivos.
Com grande dificuldade esquecer-me-ei da forma como sorris, esquecerei a forma como me olhas e até mesmo do recital que diriges quando me falas. Mas de uma coisa eu nunca esquecerei, do teu odor a vida que me deixa em êxtase como se de uma poderosa droga se tratasse.
Contrariei os meus instintos e não quis ouvir a voz que dizia para não me iludir, pensei mais uma vez que agora seria diferente. Mas porque seria diferente desta vez? O que podia ter mudado assim tanto para alterar o fim da história que á tanto tem o final escrito…ignorância, só pode ter sido…

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Mas o que se passa?





Crise de confiança?

Estupidez?

Infantilidade?

Talvez seja um pouco de tudo precisamente quando não podia vacilar.

Esquece....é burrice a mais...



Acordar de um descanso atribulado e com um peso na consciência quase insuportável.
Ao abrir os olhos mesmo sem pensar em nada senti-me quase asfixiado.
Tento disfarçar que não sei o que se passa ou que nada se passa, enganando-me repetidamente, acobardando-me de uma forma infantil que me envergonha (acção recorrente que pratico com grande mestria).
Dou por mim quase que a crer enfiar a cabeça debaixo da almofada e a dizer palavrões como de um descompensado me tratasse (e não sei se não é o adjectivo que melhor me qualifica…descompensado.).
Esta raiva quase cega com que acordei relativamente á minha pessoa é porque de facto eu sou capaz de ser do 8 ou 80, este extremo entre a normalidade e a estupidez abominável incomoda-me bastante.
Por feitio próprio, se passar despercebido é o ideal, mas se tiver de dar nas vistas por alguma atitude, então que seja por uma situação que de facto marque pela diferença positiva como já felizmente aconteceu inúmeras vezes e que me leva a ser reconhecido e considerado pela maioria daqueles que gosto e que estimo.
Ultrapassar certos limites que não desejamos é perfeitamente aceitável e até na minha opinião saudável e por vezes até engraçado.
O que me deixa (e aqui dá-me vontade de utilizar o bom português) “lixado” é a sistemática repetição e banalidade com que tenho abordado esta questão.
O desencadear de certas acções que leva ao desgaste da minha pessoa e a forma como alguns já me encaram enfurece-me porque me tenho transformado numa pessoa que não sou ou tão pouco quero ser.
O mais engraçado é que sei perfeitamente a origem de toda esta situação, como resolve-la (bem ou mal...azar.) mas que de repente me deparo com uma crise de confiança inexplicável e de uma imaturidade que não me lembro de ter com 16 anos.
Não me lembro sinceramente de me sentir assim tão inútil e com uma criatividade tão apurada para o disparate como nos últimos tempos.
Sinto-me cada vez mais limitado de ideias, acções, atitudes e num constante deixa andar porque o disparate já está feito.
Podia dar como desculpa a fase atribulada como começou o ano, a mistura de sentimentos e emoções que me têm invadido, mas por norma não me queixo de nada, porque cada vez mais estou certo de que o que se passa á nossa volta é resultado do que semeamos.
Tenho obviamente que rectificar a imagem que tenho deixado passar, apesar de n estar totalmente errada, está de todo desapropriada…porque não faz qualquer sentido.
A realidade é diferente do que sonhamos, do que desejamos, mas isso eu já sei, sempre soube, não estou certamente admirado que assim seja.
A vida está cada vez mais velocista no que respeita a passar por mim, e esta não é de facto o que quero nesta nova etapa da minha vida.
Estagnação emocional e de objectivos nunca foi o meu forte até porque quero sempre mais para mim, porque cada vez exijo mais de mim sem qualquer tipo de falso perfeccionismo.
Eu não sou assim, não sou o que tenho mostrado ser!
Mas também já não tenho coragem nem forças para dizer quem sou…estou cansado.
Talvez amanhã.
Nunca esquecer que o sonho comanda a vida, mas esse sonho por vezes tem como destino a desilusão.