quinta-feira, 11 de junho de 2009

Superado apenas pelo cansaço





Nem sempre se ganha, quase sempre ser perde,
Solto um bocejo profundo em sinal do meu enorme cansaço.
Estou cansado e praticamente derrotado
Não te quero mais, vou simplesmente dormir…



Ao fundo vejo-te em minha direcção num voo picado e determinado.
Abro os braços para te receber, para te abraçar. Mas quando chegas junto a mim simplesmente passas ao lado e afastas-te para longe.
Para longe do meu coração, para parte incerta e afastada do meu peito.
Para perto dos meus olhos, para junto do meu adeus.
Simplesmente passaste, mesmo sem antes teres ficado por um minuto que fosse.
Sem que nunca antes me tivesses deixado dizer o que eu merecia ter dito, o que devias ouvir.
Passaste, sem por uma vez que fosse me deixasses ser eu.
Mesmo assim este “nada” teve significância, mais ainda de que muitos “tudos” que tive ao longo da vida.
Agora, e sem volta a dar, quero abrir os braços e deixar-me cair em paz, envolver-me e lembrar-me do que esta queda livre significa.
Longe será o destino, mas previsível também.
Vou tentar uma nova sensação, a de voltar costas e desistir, fugir e fingir que nada disto aconteceu.
Já não quero ficar aqui!
Já não te quero!
Preciso de luz, preciso de brilho, preciso urgentemente de respirar!
Preciso de muito mais…o que tenho não é suficiente.
Fechaste a porta e pediste-me para aguardar, mas eu não tenho tempo.
Não insistirei mais, afinal a razão do sucedido é resultante do exagero de ambição da minha parte.
Este sentimento já não me fere, já faz parte de mim, já me faz falta.
Cansei-me de avançar contra este vento forte, de furar tempestades. Vou parar para descansar um pouco e tentar arranjar um porto de abrigo.
Preciso de gritar até ficar afónico, de gastar a pouca energia que me resta e deixar-me adormecer.
Desta vez não quero sonhar, nem acordar a meio da noite contigo no subconsciente.
Quero apenas voltar a ver-o-mar, a cheirar as flores que outrora murcharam.
Ainda me lembro como era fácil correr atrás do que queria sem me cansar, contrastando com o difícil que é andar lentamente a lutar pelo que nunca será possível.
Guardarei as asas que me deste, aquelas que me proporcionaram a sensação única de ser livre, de poder voar de olhos fechado e da sensação única que é sentirmo-nos vivos.
Com grande dificuldade esquecer-me-ei da forma como sorris, esquecerei a forma como me olhas e até mesmo do recital que diriges quando me falas. Mas de uma coisa eu nunca esquecerei, do teu odor a vida que me deixa em êxtase como se de uma poderosa droga se tratasse.
Contrariei os meus instintos e não quis ouvir a voz que dizia para não me iludir, pensei mais uma vez que agora seria diferente. Mas porque seria diferente desta vez? O que podia ter mudado assim tanto para alterar o fim da história que á tanto tem o final escrito…ignorância, só pode ter sido…

Nenhum comentário: